Mais que música

Um concerto de Monotonix vai muito para além de um simples concerto de música. De facto, quem vai a um concerto do trio israelita à espera da perfeição musical terá concerteza um pesadelo de noite. Quem vai à procura de música, tocada em largo perímetro e baseada na selvajaria terá concerteza um noite de sonho. Ontem foi assim na ZDB. Bandas que são mais que música, escaseiam. Os Monotonix são uma delas, mas aparentemente e acreditando na palavra da banda, esta será a última tour.

127 Hours

Fotografia, realização de Danny Boyle, desempenho de James Franco, banda sonora. Tudo. Este filme é soberbo. Se a não nomeação de Danny Boyle para os óscares é já de sim um fenómeno curioso, a mais que certa derrota deste filme em detrimento de outro qualquer é inexplicável.

Novidades para Leiria

A Associação Fade In colocou mais uma vez Leiria no mapa dos grandes concertos a acontecerem em Portugal. Desta feita, foi anunciado o concerto de Diamanda Galás a 16 de Abril e a presença dos deuses do EBM, os Nitzer Ebb no Festival Entremuralhas que decorre entre os dias 29 e 31 de Julho.

PJ Harvey - Let England Shake

É tão simples quanto isto: "Let England Shake" é o melhor álbum da Polly Jean em 11 anos. Cresci a ouvir álbuns como "Dry", "Is This Desire" e "Rid of Me" e para mim PJ Harvey tinha que ser com uma guitarra e com aquela voz áspera que a caracteriza altura.

Entretanto, notou-se uma mudança com o álbum "Stories from the City, Stories from the Sea" um álbum que mostrava que algo tinha mudado e antevinha ainda mais mudanças no futuro. O que se concretizou em álbuns como "Uh Huh Her" e "White Chalk". Apesar de serem bons álbuns, foi para mim difícil compreender a mudança.

Finalmente, 11 anos depois, já me sinto capaz de encarar a nova faceta e de compreender que a PJ Harvey que me fascinou já não faz sentido e o caminho seguido foi bem traçado. "Let England Shake" demonstra isso mesmo, faixas cheias de groove, faixas de protesto, com uma musicalidade excepcional, com os vários instrumentos a soarem perfeitos e com a voz de John Parish a dar mais força à música.

Até ao momento o álbum que mais prazer me deu ouvir em 2011.

Depois dos Grails, os Boris

Depois de aparentemente o novo álbum de Grails vir a ser completamente diferente daquilo que até então era hábito, parece que também os Boris vão regressar aos discos com uma mudança radical de sonoridade. Japanese Pop?

Olhó novo vídeo dos Grails

A avaliar pelo vídeo, o novo álbum vai ser completamente diferente daquilo que já fizeram.

Joymobil

!!!!!

Lisbon Story

"Já tinha filmado duas vezes em Lisboa e achava-a uma cidade fascinante. Mas sentia-me culpado por nunca ter feito mais do que arranhar a superfície de um lugar que amava...Quando o produtor Paulo Branco me pediu para fazer um filme sobre a cidade, encomendado pela própria Lisboa, vi que tinha a oportunidade de compensar as oportunidades perdidas. Agora penso que este é o mais divertido filme que fiz. De alguma forma "Lisbon Story" é também a minha contribuição para as comemorações do centenário do cinema" Wim Wenders

"Lisbon Story" vale sobretudo pela cidade e pelas imagens estupendas dos bairros antigos. A música dos Madredeus é neste contexto encantadora.

Os Deuses já não são novos

Os Young Gods eram uma daquelas bandas que nunca tinha tido a oportunidade de ver, apesar das numerosas passagens de Portugal. Já os acompanho há alguns anos, mas claramente a minha estreia ao vivo em concertos das banda, acontece na altura decrescente da carreira. O concerto foi isso mesmo, um intercalar de momentos altos quando a banda ia ao baú e tocava temas dos primórdios, e momentos mornos quando recorriam ao disco mais recente, um disco claramente menor.

Estes gajos espancam os instrumentos

Seria desta forma que o concerto dos L´Enfance Rouge, ontem no Musicbox, poderia ser descrito. O baixo, mas principalmente a bateria é esgalhada de tal forma que foi necessário proceder à troca de um dos tambores que se tinha rompido. Estes gajos são aquilo que os Sonic Youth poderiam ser se optassem por uma versão mais primitiva e rude do seu som.

De lamentar, mais uma vez, os atrasos. Desta vez o concerto começou às 2 da matina. Porra é obra. 45 minutos de atraso. Por outro lado, tenho dúvidas que o Musicbox cumpra com a lei do tabaco. Apesar de se poder fumar dentro do local, é incrível a forma como o ar fica irrespirável. Fica a dúvida se será uma Musicbox ou uma caixa de fumo.

Hoje!

L´Enfance Rouge no Musicbox e antes Rodrigo Leão no Coliseu. Bela noite de sábado.

John Tilbury + Dustin O'Halloran - Teatro Maria de Matos 4 Fev

A segunda edição do Fim-de-semana Especial no Maria de Matos é dedicada ao piano. Nesta sexta-feira o instrumento esteve a cargo de Dustin O'Halloran e de John Tilbury.

O piano é dos meus instrumentos predilectos. Será dos poucos instrumentos capazes de transmitir tamanha melancolia.

Estas duas actuações não poderiam ser mais heterogéneas. John Tilbury apresentou 6 peças baseadas numa interpretação demasiado minimal do instrumento. Apesar de em alguns momentos, a toada ter sido bastante sinistra e susceptível de utilização cinematográfica em qualquer filme de terror num momento de matança, a actuação pautou-se por uma versão bastante "monocórdica do piano".

Dustin O´Halloran, apresentou uma versão do piano mais ao meu gosto. A versão clássica, assente na melodia, nos crescendos, e na tal melancolia que falava há pouco. Um dos momentos altos foi a interpretação de uma faixa que compôs para o filme "Marie Antoinette" da Coppola.

Dose Dupla - Concertos de Jazz

A programação do Dose Dupla do CCB, tem muito bom aspecto. A presença nestes eventos é ir de encontro à mais pura das descobertas. Aqui fica a programação.

"Primeiro, entre músicos portugueses e estrangeiros, proporcionando a formação de duos inéditos. Segundo, entre o público (cerca de 400 pessoas por espetáculo) e os próprios músicos, num ambiente de grande cumplicidade.
Dose Dupla regressa com um total de nove concertos, onde se destacam: a diversidade instrumental, com a estreia do acordeão; a presença de mais nomes sonantes do jazz mundial; e a estreia de músicos oriundos de países representados aqui pela primeira vez ( Argentina, Grécia e Holanda)." in ccb.pt

White Stripes RIP

...Fico a aguardar pela futura reunião daqui por uns anos.

A crise a chegar às pequenas editoras

"As some of you may have noticed, our online store has not seen as many additions and new titles as you may have been used from us. Sales have dropped, as people seem to struggle to cope with the financial crisis - thanks to global neo liberal policies, politicians have sold our prosperity out to banks and multinational corporations and it seems to have affected many of you who ordered regularly on our website. Therefor it became more and more difficult to keep our warehouse and our beloved worker Nathan who has been running the mailorder for the last few years. We wish to thank Nathan for his passionate involvement working for Conspiracy, he will be greatly missed! As of last week, we moved out of our office / warehouse and we relocated to another location in Antwerp." in Conspiracy Records

Começa a ser preocupante os contornos da tão famosa crise. Custa ver este tipo de editoras que levam a muito custo a sua distribuição, serem também elas abaladas pela crise. Devo ao tal Nathan o conhecimento de Master Musicians of Bukkake. Foi ele que me mandou a promo do Totem One. Espero que esta editora se consiga ir mantendo.

Inacreditável!

Ora bem, com os nomes anunciados hoje, o cartaz do Primavera está desta forma:

Aias, Ainara LeGardon, The Album Leaf, Animal Collective, The Annuals, Ariel Pink's Haunted Graffiti, Arto Lindsay, Autolux, Avi Buffalo, Baths, BATTLES, BELLE & SEBASTIAN, Berlinetta, Big Boi, The Black Angels, Blank Dogs, BMX Bandits, Caribou, Carte Blanche, Caspa, Cloud Nothings, Comet Gain, Connan Mockasin, Cults, Cuzo + Damo Suzuki, Dan Melchior und Das Menace, Darkstar, Das Racist, Deakin, Dean Wareham plays Galaxie 500, Del Rey, DJ Shadow, DM Stith, Ducktails, Dúo Cobra, Echo & The Bunnymen performing Heaven Up Here & Crocodiles, EINTÜRZENDE NEBBAUTEN, EL GUINCHO, El Mató A Un Policía Motorizado, Emeralds, EXPLOSIONS IN THE SKY, Factory Floor, Field Music, The Fiery Furnaces, THE FLAMING LIPS, FLEET FOXES, The Fresh & Onlys, Games, Gang Gang Dance, Girl Talk, Glasser, Glenn Branca Ensemble, Gold Panda, GONJASUFI, GRINDERMAN, Half Japanese, Holy Ghost!, Incarnations, INTERPOL, Islet, James Blake, Jamie XX, John Cale & Band + Orchestra perform PARIS 1919 live, John Talabot, THE JON SPENCER BLUES EXPLOSION, Julia Kent, Julian Lynch, Kode9 And The Space Ape + Kode9 Burial Set, Kokoshca, Kurt Vile & The Violators, La Célula Durmiente, Las Robertas, Les Aus, LICHENS, LINDSTROM, Low, Lüger, M. Ward, Male Bonding, Matthew Dear Live, Me And The Bees, Mercury Rev perform Deserter's Songs, MOGWAI, Money Mark, The Monochrome Set, My Teenage Stride, The National, Nisennenmondai, Nosoträsh "Popemas", Odd Future, OF MONTREAL, Oneohtrix Point Never, Ornamento Y Delito, P.I.L. (Public Image Limited), Papas Fritas, PERE UBU plays "The Annotated Modern Dance", Perfume Genius, Phosphorescent, Pissed Jeans, PJ HARVEY, PULP, Rubik, SALEM, Seefeel, Shellac, Simian Mobile Disco, The Soft Moon, Sonny & The Sunsets, SUFJAN STEVENS, SUICIDE, The Suicide Of Western Culture, Suuns, SWANS, The Tallest Man On Earth, Tennis, Thelematicos, Toundra, Triángulo De Amor Bizarro, tUnE-yArDs, Twin Shadow, Ty Segall, The Vaccines, The Walkmen, Warpaint, Wolf People, Yuck.

GY!BE em Barcelona - A Experiência

Poucas palavras bastam. Ver Godspeed You! Black Emperor foi daquelas experiências que irão para sempre estar presentes nas minha memória. Foi um dos concertos mais emotivos a que assisti e também dos mais especiais. Que aura enorme que esta banda tem.

Dois Discos, Duas Formas

Durante o mês de Janeiro, estes dois discos terão sido aqueles que mais ouvi. São duas bandas incontornáveis e cada disco que editem é sempre motivo para uma audição até à exaustão.

O novo de Earth soa-me a uma extensão do "The Bees Made Honey in the Lion's Skull", ou como já li em alguns comentários, será esse mesmo álbum com violino. De facto, não consigo encarar este disco como um progresso dos Earth. Talvez por algumas faixas não serem novidade e terem sido tocadas durante a tour de promoção do citado álbum, a verdade é que este disco faz-me lembrar uma espécie de segundo disco e não algo completamente novo e renovado. É um bom disco, entenda-se, mas dos Earth espero sempre o inesperado e este disco não teve esse efeito.

Por sua vez, os Mogwai conseguiram enveredar por um caminho completamente diferente. Não me lembro de um álbum dos Mogwai com tamanho recurso de teclados, nem com faixas tão simples e melódicas, mas tão eficazes. É verdade que se perderam os momentos épicos de outros álbuns, mas com tanta banda a fazê-lo actualmente os Mogwai conseguiram distanciar-se de um estilo que também eles ajudaram a criar e mais uma vez deram um novo rumo ao seu som.