domingo, 20 de março de 2011

Audições

Moss & Monarch - Split

Este split vale essencialmente pela cover que Monarch faz de Turbonegro. Não que a música instrumentalmente sofra grandes alterações, mas ouvir o "I Got Erection" com a voz da Emilie Bresson faz toda a diferença.

Anna Calvi - Anna Calvi

Se o ano passado foi o ano de Zola Jesus, este ano pode muito bem vir a ser o ano da Anna Calvi. Misturando influências claras de Siouxsie e até mesmo de PJ Harvey, este álbum é daqueles que seria bem apresentado num cabaret fumarento e com o glamour perdido ao longo dos anos.

Boris - New Album

Se me perguntassem qual a banda que me surpreende a cada álbum, a resposta seria bastante fácil. São os Boris. A banda que consegue consumir os meus ouvidos com noise, é também a banda que consegue fazer um álbum de Japanese Pop e com faixas que me fazem lembrar o eurodance da década de 90. Genuínos e surpreendentes estes Boris.

Boris & Merzbow -Klatter

Não tão surpreendente como o "New Album". Torna-se curioso pelas mutações que conseguem fazer no som. Momentos de noise, de jazz e até de kraut.


Nurse With Wound & Larsen - Erroneous: A Selection Of Errors

Ao contrário daquilo que o título faz supor, este álbum não é minimamente uma colecção de erros, mas sim de acertos. O álbum com mais groove que tive oportunidade de ouvir este ano e um dos álbuns em que mais se nota a participação de elementos externos ao projecto. Eberhard Kranemann, membro fundador dos Kraftwerk e dos Neu!, contribui nos sintetizadores e na guitarra, sendo altamente perceptível os momentos em que ele está mais envolvido. Misturar a sonoridade de Nurse With Wound com kraut só poderia resultar num grande álbum.


Stephen O'Malley & Atsuo - Uroborus Circuit

Para este álbum não foram utilizados quaisquer instrumentos. Trata-se da manipulação constante de feedback. É um disco bastante arrojado, pelo conceito que envolve, mas daí não advém a qualidade máxima. Cansativo por vezes, estimulante em alguns momentos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Que gente fascinante

Depois do sismo, depois do tsunami e agora a eminência de um desastre nuclear. A todas estas situações o povo japonês tem respondido com a possível serenidade. Perante uma catástrofe desta dimensão, não é fascinante que se mantenham horas em filas para receber alimentos ou água potável, sem haver os normais atropelos para se ser o primeiro a receber? Ñão é fascinante que não exista registo de motins nem de violência entre as pessoas? Que povo notável este.
O Japão foi até então, provavelmente, o país que mais gosto me deu a visitar. Tudo funciona e a simplicidade do povo japonês é enorme. Nunca trago coisas materiais dos países que me façam recordar o mesmo, trago antes memórias e deixo um pouco de mim em cada país. Volto sempre um ser humano mais rico. O Japão permitiu-me isso e é com grande pesar e sofrimento que vejo as notícias diárias.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Dia 7 de Junho é a data de lançamento da Ópera Rock dos Fucked Up

Chama-se "David Comes to Life" e será editado a 7 de Junho. Terá como contexto musical uma cidade ficcional britânica durante a admistração Thatcher. E será uma...Ópera Rock!!!

domingo, 13 de março de 2011

Grails - Deep Politics

Deep Politics é de longe o álbum mais desafiante que os Grails alguma vez lançaram. No passado os Grails já tinha mostrado que eram capazes de explorar determinadas sonoridades, mas nunca como neste álbum. Os Grails juntaram vários contextos musicais e criaram um dos álbuns mais genuínos que ouvi nos últimos anos. "Deep Politics" é o álbum que Sergio Leone, se fosse vivo, utilizaria como banda sonora de um dos seus filmes.

Vem aí novo álbum do eterno miúdo

Thurston Moore vai lançar dia 24 de Maio o novo álbum a solo.

sábado, 12 de março de 2011

Arthur Doyle - ZDB 10 Março

A solo com saxofone, a solo com voz, em conjunto com a bateria de Gabriel Ferrandini (curiosamente os momentos com maior groove em que o improviso tomou conta da ZDB), foram momentos de uma estranha beleza.

Electric Wizard - Antwerpen 7 Março

Que noite! The Chosen Few, Witchcult Today, Dopethrone, Satanic Rites of Drugula, The Nightchild, entre outras. Não houve Funeralopolis, mas houve um petardo sonoro memorável.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Mais que música

Um concerto de Monotonix vai muito para além de um simples concerto de música. De facto, quem vai a um concerto do trio israelita à espera da perfeição musical terá concerteza um pesadelo de noite. Quem vai à procura de música, tocada em largo perímetro e baseada na selvajaria terá concerteza um noite de sonho. Ontem foi assim na ZDB. Bandas que são mais que música, escaseiam. Os Monotonix são uma delas, mas aparentemente e acreditando na palavra da banda, esta será a última tour.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

127 Hours

Fotografia, realização de Danny Boyle, desempenho de James Franco, banda sonora. Tudo. Este filme é soberbo. Se a não nomeação de Danny Boyle para os óscares é já de sim um fenómeno curioso, a mais que certa derrota deste filme em detrimento de outro qualquer é inexplicável.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Novidades para Leiria

A Associação Fade In colocou mais uma vez Leiria no mapa dos grandes concertos a acontecerem em Portugal. Desta feita, foi anunciado o concerto de Diamanda Galás a 16 de Abril e a presença dos deuses do EBM, os Nitzer Ebb no Festival Entremuralhas que decorre entre os dias 29 e 31 de Julho.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

PJ Harvey - Let England Shake

É tão simples quanto isto: "Let England Shake" é o melhor álbum da Polly Jean em 11 anos. Cresci a ouvir álbuns como "Dry", "Is This Desire" e "Rid of Me" e para mim PJ Harvey tinha que ser com uma guitarra e com aquela voz áspera que a caracteriza altura.

Entretanto, notou-se uma mudança com o álbum "Stories from the City, Stories from the Sea" um álbum que mostrava que algo tinha mudado e antevinha ainda mais mudanças no futuro. O que se concretizou em álbuns como "Uh Huh Her" e "White Chalk". Apesar de serem bons álbuns, foi para mim difícil compreender a mudança.

Finalmente, 11 anos depois, já me sinto capaz de encarar a nova faceta e de compreender que a PJ Harvey que me fascinou já não faz sentido e o caminho seguido foi bem traçado. "Let England Shake" demonstra isso mesmo, faixas cheias de groove, faixas de protesto, com uma musicalidade excepcional, com os vários instrumentos a soarem perfeitos e com a voz de John Parish a dar mais força à música.

Até ao momento o álbum que mais prazer me deu ouvir em 2011.

Depois dos Grails, os Boris



Depois de aparentemente o novo álbum de Grails vir a ser completamente diferente daquilo que até então era hábito, parece que também os Boris vão regressar aos discos com uma mudança radical de sonoridade. Japanese Pop?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Olhó novo vídeo dos Grails



A avaliar pelo vídeo, o novo álbum vai ser completamente diferente daquilo que já fizeram.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Lisbon Story

"Já tinha filmado duas vezes em Lisboa e achava-a uma cidade fascinante. Mas sentia-me culpado por nunca ter feito mais do que arranhar a superfície de um lugar que amava...Quando o produtor Paulo Branco me pediu para fazer um filme sobre a cidade, encomendado pela própria Lisboa, vi que tinha a oportunidade de compensar as oportunidades perdidas. Agora penso que este é o mais divertido filme que fiz. De alguma forma "Lisbon Story" é também a minha contribuição para as comemorações do centenário do cinema" Wim Wenders

"Lisbon Story" vale sobretudo pela cidade e pelas imagens estupendas dos bairros antigos. A música dos Madredeus é neste contexto encantadora.

Os Deuses já não são novos

Os Young Gods eram uma daquelas bandas que nunca tinha tido a oportunidade de ver, apesar das numerosas passagens de Portugal. Já os acompanho há alguns anos, mas claramente a minha estreia ao vivo em concertos das banda, acontece na altura decrescente da carreira. O concerto foi isso mesmo, um intercalar de momentos altos quando a banda ia ao baú e tocava temas dos primórdios, e momentos mornos quando recorriam ao disco mais recente, um disco claramente menor.

Estes gajos espancam os instrumentos

Seria desta forma que o concerto dos L´Enfance Rouge, ontem no Musicbox, poderia ser descrito. O baixo, mas principalmente a bateria é esgalhada de tal forma que foi necessário proceder à troca de um dos tambores que se tinha rompido. Estes gajos são aquilo que os Sonic Youth poderiam ser se optassem por uma versão mais primitiva e rude do seu som.

De lamentar, mais uma vez, os atrasos. Desta vez o concerto começou às 2 da matina. Porra é obra. 45 minutos de atraso. Por outro lado, tenho dúvidas que o Musicbox cumpra com a lei do tabaco. Apesar de se poder fumar dentro do local, é incrível a forma como o ar fica irrespirável. Fica a dúvida se será uma Musicbox ou uma caixa de fumo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Hoje!

L´Enfance Rouge no Musicbox e antes Rodrigo Leão no Coliseu. Bela noite de sábado.

John Tilbury + Dustin O'Halloran - Teatro Maria de Matos 4 Fev

A segunda edição do Fim-de-semana Especial no Maria de Matos é dedicada ao piano. Nesta sexta-feira o instrumento esteve a cargo de Dustin O'Halloran e de John Tilbury.

O piano é dos meus instrumentos predilectos. Será dos poucos instrumentos capazes de transmitir tamanha melancolia.

Estas duas actuações não poderiam ser mais heterogéneas. John Tilbury apresentou 6 peças baseadas numa interpretação demasiado minimal do instrumento. Apesar de em alguns momentos, a toada ter sido bastante sinistra e susceptível de utilização cinematográfica em qualquer filme de terror num momento de matança, a actuação pautou-se por uma versão bastante "monocórdica do piano".

Dustin O´Halloran, apresentou uma versão do piano mais ao meu gosto. A versão clássica, assente na melodia, nos crescendos, e na tal melancolia que falava há pouco. Um dos momentos altos foi a interpretação de uma faixa que compôs para o filme "Marie Antoinette" da Coppola.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Dose Dupla - Concertos de Jazz

A programação do Dose Dupla do CCB, tem muito bom aspecto. A presença nestes eventos é ir de encontro à mais pura das descobertas. Aqui fica a programação.

"Primeiro, entre músicos portugueses e estrangeiros, proporcionando a formação de duos inéditos. Segundo, entre o público (cerca de 400 pessoas por espetáculo) e os próprios músicos, num ambiente de grande cumplicidade.
Dose Dupla regressa com um total de nove concertos, onde se destacam: a diversidade instrumental, com a estreia do acordeão; a presença de mais nomes sonantes do jazz mundial; e a estreia de músicos oriundos de países representados aqui pela primeira vez ( Argentina, Grécia e Holanda)." in ccb.pt