"Aquela sua capacidade de tocar surpreendia as pessoas. Os ingénuos pensavam que ele era tão conhecido porque era uma espécie de mostrengo hábil, que apesar de tudo tinha conseguido tornar-se um bom pianista. A verdade é exactamente o contrário. Era um enorme pianista e aquele corpo frágil e em miniatura podia fazer esquecer as notas devido ao seu tamanho bizarro. Corria sobre o banco do piano, acompanhando as mãos. Um calo ósseo impedia-o de estender os braços e então saltitava no banco do piano alcançando as oitavas altas e saltando para tocar as oitavas baixas. Vê-lo tocar, muitas vezes dava a impressão que premir as teclas fosse para ele como escalar uma montanha a grande velocidade e perseguindo todas as emoções das vertigens. A sua música tinha chegado ao coração de milhões de pessoas, os seus concertos eram eventos por toda a parte, mas ele gostava de aceitar convites em lugares sem glamour. O jazz devia chegar a todos. (...) Mas Michel Petrucciani morre no dia 6 de Janjeiro de 1999.(...)Michel nunca tinha pensado que ia morrer tão cedo. Porque não amava só a música - a propósito dela dizia que o único verdadeiro talento consistia em amá-la tão perdidamente que tocava dez horas por dia e tinha a impressão de ter tocado dez minutos. Michel Petrucciani amava a vida" in A Beleza e o Inferno, Roberto Saviano
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Maravilhoso
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